A divulgação
do vídeo em que o jornalista e apresentador do Jornal da Globo exerce um ato de
preconceito contra os negros é apenas o fato inicial para o que vou abordar
neste texto. Somente a ponta do Iceberg.
O
preconceito, a intolerância e os atos de totalitarismo estão ganhando cada vez
mais espaço na internet e nos diversos meios de comunicação. Alguns destes atos
remetem a uma época medieval.
Fico
imaginando o que passou na cabeça do jornalista Heraldo Pereira, companheiro de
trabalho de William Waack no telejornal. Certamente deve ter ficado
profundamente decepcionado com o colega que demonstrou total desrespeito pelos
negros.
O desprezo
por determinadas classes se transformou em algo recorrente para apresentadores
de telejornal. Não devemos esquecer do dia em que Boris Casoy destilou seu
desprezo pelos garis em plena bancada de seu telejornal. Se você não viu, a internet
está aí para lembrar este triste episódio.
Pensei em
expor as infelizes frases emitidas pelos dois jornalistas aqui neste texto, mas
após uma reflexão e por respeito à dignidade de todas as pessoas decidi não
fazer isso.
As máscaras
um dia caem, pois ninguém pode sustentar a falsidade o tempo todo. Foi o que
aconteceu com os dois citados neste texto. O que me deixou ainda mais pasmo,
foi ler alguns comentários nas reportagens sobre o ocorrido. Mais uma vez eu
percebi o quanto a sociedade está doente e tive a sensação de estar vivendo na
Idade Média.
Associaram o
racismo de William Waack ao fator político e disseram coisas partidárias que
não tinham absolutamente nenhuma relação com o episódio. Alguns disseram que
isso é normal e que existe muito MIMIMI da sociedade e voltaram a xingar um ou outro
partido.
Fica
parecendo que se uma figura pública é simpática a uma causa defendida por eles,
tudo bem. O crime deve passar despercebido, ocultado.
INTOLERÂNCIA
O que dizer do
retorno das tochas, nas manifestações em São Paulo contra a filósofa Judith
Butler que veio falar sobre democracia? Manifestantes contrários repetiram atos
da Idade Média e queriam que a filósofa não discursasse porque ela defende e
estuda a teoria de gêneros. Tudo isso ocorreu, sendo que ela nem iria falar
deste assunto. Mesmo que falasse, a intolerância com opiniões contrárias está
chegando ao fanatismo.
Olho para o
final do ano de 2017 e vejo um céu nublado. E se as coisas não melhorarem
teremos relâmpagos, tsunamis e furacões de ódio em 2018. Enquanto alguns
possuem máscaras, outros já não se importam com nada e demonstram desrespeito
ao próximo com olhos de rancor. As duas coisas são péssimas.
Alguns
levantam a bandeira da boa família, mas me pergunto se estes valores que pregam
realmente estão sendo aplicados na prática. Lembro de Rubem Alves questionando
aqueles que falam o tempo todo de Deus, mas esquecem de viver Deus.
Stefan
Stefan, você conseguiu expressar nesse texto o mesmo sentimento que tenho tido com nossa sociedade... perplexidade. Mas nada está tão ruim que não possa piorar. Como as coisas vão indo, 2018 promete uma catástrofe.
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