Começo este texto como uma pergunta provocada pelo Prof. Dr.
Clovis de Barros Filho. Por que a filosofia materialista de Nietzche, Spinoza,
Lucrécio, enquanto mestres espirituais é contra a Esperança? Resposta: Porque
no final das contas consideram a Esperança uma vida triste.
Porque o slogan Criança Esperança é tão emblemático para o
senso comum e nada importante para a Filosofia?
Primeiramente, porque esperança não é alegria, pelo
contrário, esperança é o que falta. Esperança é o desejo. É como esperar um
ônibus que não chega. É como ter um sonho que não se concretiza.
Esperança é um projeto no Brasil. Como somente uma pequena parcela
da população é contemplada devido a imensa desigualdade social, o slogan
Criança Esperança se encaixa perfeitamente. Do contrário, seria Criança
Alegria. Nem todos podem ter uma educação de qualidade neste país. Nem todos
podem planejar o futuro. O Brasil, 5º país em Economia e 153º em distribuição
de renda nos mostra esta triste realidade. Alimentar a pobreza é um projeto, é
um folclore que fica bonito na mídia. Sempre haverá suecos e americanos
visitando favelas para mostrar o avesso do mundo aos seus conterrâneos e sair
bem na foto com qualidade ISO 9000 e responsabilidade social nota 10. E o
Renato Aragão vai surgir fazendo um discurso emocionado e continuando a
alimentar o sistema.
E assim podemos aplicar a Esperança em vários setores da
sociedade: Educação Esperança, Transporte Esperança, Saúde Esperança,
Honestidade Esperança e assim caminha a humanidade. Para onde, não sei.
Mudando de assunto:
Há alguns dias fiquei perplexo com a violência de um aluno
contra uma professora. As fotos do olho inchado, sangue no chão e o rosto de
perplexidade da professora me deixaram profundamente triste com a situação.
Aquela agressão foi em todos nós profissionais da Educação. É preciso repensar
os valores, pois esta situação não pode permanecer. A nova geração que está aí
deve olhar para as outras gerações e compreender o significado de respeito.
O que mais me indignou foi alguns comentários envolvendo
política e ódio contra a professora. Aplaudindo a atitude do aluno porque ela
tinha tal posicionamento político. “A sociedade está doente”, me disse um
amigo. Concordo com ele. Em algum ponto o freio chamado respeito deixou de
funcionar.
Stefan Willian
Jornalista, escritor e professor
Autor do blog: https://prosafilosoficadehoje.blogspot.com.br/